Era tão claro o dia, mas a treva,  do som baixando, em seu baixar me leva   pelo âmago de tudo, e no mais fundo  decifro o choro pânico do mundo,   que se entrelaça no meu próprio choro,  e compomos os dois vasto coro.   Oh!dor individual, afrodisíaco  selo gravado em plano dionisíaco,   a desdobrar-se, tal um fogo incerto,  em qualquer um mostrando o ser deserto,   dor primeira e geral, esparramada,  nutrindo-se do sal do próprio nada,   convertendo-se, turva e minuciosa,  em mil pequena dor, qual mais raivosa,   prelibando o momento bom de doer,  a invocá-lo, se custa a aparecer,   dor de tudo e de todos, dor sem nome,  ativa mesmo se a memória some,   dor do rei e da roca, dor da cousa  indistinta e universa, onde repousa   tão habitual e rica de pungência  como um fruto maduro, uma vivência,   dor dos bichos, oclusa nos focinhos,  nas caudas titilantes, nos arminhos,   dor do espaço e do caos e das esferas,  do tempo que há de vir, das velhas eras!   Não é pois todo amor divino,  e...