Rômulo Coragem


Por Tiago França:
Quando houve aquela humilhante intervenção da Justiça na sede do Campinense, há cerca de três meses, confesso que pensei que ali poderia estar se desenhando o fim de um dos clubes mais tradicionais do Nordeste. Imaginei que, com a Raposa mergulhada em dívidas trabalhistas e com a consequente penhora de grande parte dos seus bens, não haveria quem segurasse a barra. Engano meu!
Surgiu, portanto, Rômulo Leal, que depois da renúncia – forçada - do então presidente Saulo Miná, assumiu os destinos do clube. Quando Rômulo tornou-se o novo comandante, de forma automática, já que era o vice, alguns corneteiros começaram a dizer coisas do tipo: “Saiu um liso e entrou outro. Isso não vai dar certo”. Eram aqueles que queriam a volta de certas figuras carimbadas que sempre sugaram as estruturas do Rubro-Negro – de uma forma ou de outra. Pelo bem do Campinense, eles não retornaram.

O atual presidente pode não ser endinheirado, mas tem um bom ‘pedigree’. Afirmo isso sem procuração! Filho de uma das grandes figuras do futebol de Campina Grande, o saudoso e raposeiríssimo Pedro Chulé, Rômulo Leal está dando demonstrações de que pode botar o clube novamente nos trilhos. Junto com sua diretoria, formada por alguns homens que também já demonstraram ter sangue e nervos rubro-negros, ele prova que tem noção de gestão, já que pôs em prática alguns projetos importantes, a exemplo do Sócio Torcedor, que estava engavetado há algum tempo. A meta principal a ser conquistada, no entanto, é o retorno à Série B do Brasileiro, ou, no mínimo, a manutenção na Terceira Divisão. Sei e todos sabem que a equipe formada é modesta, mas por que não sonhar com a volta para a Segundona? É possível, sim, afinal, aquele time de 2008 não era nenhuma máquina. Aliás, muito longe disso!

Como repórter do Jornal da Paraíba, à época, tive o desprazer de presenciar de muito perto aquele fatídico 29 de abril de 2010, no ‘Renatão’, quando a Justiça, de forma impiedosa porém cumpridora do seu dever, tirou do ‘Renatão’ vários bens da Raposa. Dia que nenhum raposeiro – ou desportista, como eu - quer guardar na memória. Espero que, daqui para frente, os dirigentes que passarem pelo clube sanem as dívidas com os funcionários, a fim de que aquela estranha sensação de ‘fim’ não volte, nunca mais...

Dias melhores, para sempre!

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